Assessoria
Empresa em Cuiabá estaria por trás dos golpes do consignado, segundo denúncia de uma das vítimas, que é servidora do IFMT.
De acordo com a servidora, que preferiu manter anonimato, a empresa entrou em contato em julho deste ano com ligações telefônicas insistentes e depois por mensagens de WhatsApp.
Por atenderem também em um escritório instalado numa das principais avenidas de Cuiabá, a servidora não desconfiou que pudesse estar sendo vítima de uma quadrilha que estaria atuando em Mato Grosso.
Eles oferecem amortizar dívidas de empréstimos alegando fazer uma espécie de portabilidade para um novo banco, mas na realidade a empresa efetua um novo empréstimo em nome da vítima.
"Como eles tinham todos os meus dados e inclusive detalhes dois dois empréstimos que tenho, eu senti confiança. Mas hoje vejo como fui ingênua", relata a servidora que atua no Instituto Federal de Mato Grosso.
Os suspeitos fizeram pequenos repasses de dinheiro para a vítima apenas para criar confiança e para vencer o prazo de contestação junto ao banco.
No final, os golpistas ficaram com cerca de 17.200 reais da servidora e devolveram a ela duas transferências de cerca de 400 reais cada uma. A servidora terá que pagar, além dos dois empréstimos iniciais que possuía, agora um terceiro empréstimo cujo dinheiro ela entregou aos golpistas.
A servidora do IFMT vítima do golpe pediu que a direção do Sinasefe MT divulgasse seu caso para alertar outros servidores e servidoras do perigo.
De acordo com ela, a empresa continua em atividade fazendo novas vítimas. A página da empresa no serviço de buscas na internet está ativa e já acumula algumas reclamações.
De acordo com a Assessoria Jurídica do Sinasefe MT, é importante que todos os servidores e servidoras enganados pelos golpistas registrem Boletim de Ocorrência para que as autoridades possam tomar providências.
A Direção do Sinasefe MT ainda orienta filiados e filiadas que evitem contratar serviços por telefone ou internet, que nunca façam repasse de dinheiro para terceiros e que em caso de dúvidas procurem suas respectivas agências bancárias ou a Assessoria Jurídica do sindicato.
COMO FUNCIONA O GOLPE?
De posse de dados de servidores e servidoras, uma empresa financeira ou de consignados faz inúmeras ligações telefônicas para o servidor ou servidora oferecendo um serviço de amortização de dívidas de empréstimos, e uma espécie de portabilidade com promessa de uma parcela menor.
Com os dados dos empréstimos anteriores da vítima, eles prometem quitar as dívidas transferindo elas para uma única instituição, oferecendo uma parcela muito menor do que os valores que o servidor ou servidora paga normalmente pelos seus empréstimos consignados feitos anteriormente.
Eles levam a vítima a fazer um novo empréstimo e entregar o valor na íntegra para a quadrilha sob a alegação de que este dinheiro será utilizado para quitar os empréstimos anteriores. Com as dívidas pagas, o servidor ficaria apenas com essa prestação supostamente de valor mais baixo feito pelos golpistas.
Porém as cobranças dos outros empréstimos continuam a ocorrer, e a quadrilha faz repasses de valores às vítimas para quitar as prestações que eles já deveriam ter pago. Esse processo ocorre por dois meses, que é o prazo máximo de contestação do empréstimo junto ao banco.
Após esse período, os bandidos somem e não atendem mais as ligações. O servidor acaba ficando obrigado a pagar, além dos empréstimos anteriores, um novo empréstimo a juros altíssimos e cujo valor entregou inteiramente à quadrilha.
Os suspeitos utilizam empresas de fachada, escritórios em salas comerciais alugadas na cidade e CNPJs para tentar dar um ar de legalidade, porém tudo não passa de artifício para enganar as vítimas. Como se tratam de empresas novas, acaba não existindo um histórico de reclamação.