Assessoria
A seção sindical Mato Grosso do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-MT) realizou na última segunda-feira uma Assembleia Geral Extraordinária no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva, para que os servidores e servidoras pudessem deliberar sobre a greve que vem sendo deflagrada nacionalmente. A pauta da greve por tempo indeterminado teve 34 votos contrários, 18 votos favoráveis e quatro abstenções. Dessa forma, o campus decidiu não paralisar as atividades.
Professores e técnicos do IFMT cobram do Governo Federal a recomposição salarial para equiparar os rendimentos às perdas inflacionárias dos últimos anos. Além disso, servidores e servidoras demonstraram preocupação com os recentes cortes orçamentários que atingiram os institutos federais de ensino e solicitaram a realização de concurso público para cobrir a defasagem de profissionais do campus, diante de uma crescente demanda estudantil.
Dos 19 campi do IFMT no estado, apenas o campus Cuiabá Bela Vista decidiu aderir à greve nacional, convocando paralisação das atividades a partir do dia 14 de junho e instalando um comando local de greve em consonância com o comando nacional.
Representando 17 campi, o Sinasefe-MT destacou que cada campus tem autonomia, de acordo com o estatuto, para decidir sobre a adesão à greve. “Nosso sindicato se pauta pelos princípios da democracia participativa e autonomia. Os servidores e servidoras de cada campus são protagonistas de suas decisões e à nossa seção sindical cabe o papel de apoiá-los e prestar todo suporte necessário”, pontuou o coordenador geral Ivo da Silva.
Na última sexta-feira (3) os campi do IFMT Várzea Grande e IFMT Primavera do Leste se posicionaram contra a paralisação. Na segunda-feira (6) foi a vez dos servidores e servidoras do IFMT campus Cuiabá Ocatyde Jorge da Silva também votarem contra a suspensão do calendário e paralisação das atividades.
Estudantes representados pelo grêmio estudantil, em caráter consultivo sem direito a voto, apoiaram a reivindicação dos servidores mas se posicionaram contra a paralisação do calendário alegando prejuízo aos alunos.
As consultas do Sinasefe-MT junto à base têm sido acompanhadas pelo sindicato nacional, que enviou representantes para contextualizar a conjuntura nacional e prestar esclarecimentos a respeito do planejamento do movimento paredista nacional.
Apesar de majoritariamente se posicionarem contra a paralisação, servidores e servidoras do Instituto Federal reforçaram que seguem mobilizados em prol da recomposição salarial. “A Seção Sindical Mato Grosso do Sinasefe reitera seu compromisso com a luta pela recomposição salarial e com todas as pautas que atingem diretamente nossa categoria e a educação pública, buscando sempre caminhos de mobilização e diálogo com a base", afirmou o coordenador geral Roni Rodrigues.
O Governo Federal tem até 4 de julho para conceder algum reajuste, salarial ou em benefícios, sem ferir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que proíbe aumentar gastos com pessoal nos últimos 180 dias de mandato.