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É HORA DE VOLTARMOS ÀS AULAS PRESENCIAIS NO BRASIL?
Não se entende a realidade sem se olhar para ela. Esta constatação, mesmo que pareça óbvia, mais do nunca, neste momento, precisa ser nosso norte para pensarmos em ações que impactam nossa sociedade e reverberarão na vida de todos (e todas) nós.
Antes, então, de falar sobre a possibilidade de volta presencial às aulas, é importante relembrarmos nossa atual conjuntura, com atenção redobrada, tanto ao que ela revela, explicitamente, quanto ao que ela sugere, em entrelinhas que estão – e estarão – manchadas de sangue:
225 mil mortos por COVID-19 e quase 10 milhões de casos confirmados da doença em nosso país.
Colapso do Sistema de Saúde em alguns estados. Falta de oxigênio e material hospitalar básico.
Ações descoordenadas das três esferas do poder público (Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e Ministério da Saúde).
Governo Federal negacionista: com presidente da República que ataca e desrespeita as pessoas, a imprensa, os trabalhadores e as trabalhadoras, ignora medidas e, com o discurso de salvar a economia, destrói vidas e a própria economia; e com troca de ministro da saúde, por três vezes, durante a pandemia, sendo o atual alguém que desconhece o SUS (em suas próprias palavras), não tem formação, nem experiência, em saúde, não possui autonomia (nem vontade) e, consequentemente, fortalece a mortalidade e o vírus.
Brasil com a pior gestão governamental em relação à COVID-19, conforme comparação mundial de 98 países de todos os continentes (cf. Lowy Institute).
20 vacinas em desenvolvimento no mundo (3ª fase de testes clínicos) com 3 aprovadas para uso definitivo e 7 liberadas para uso emergencial em diversos países, com mais de 75 milhões de pessoas vacinadas no planeta. Em nosso país, apenas 2 milhões de vacinados.
Duas vacinas aprovadas para uso emergencial no país, com esforços, diretos e indiretos, do Governo Federal para que elas não sejam importadas, produzidas ou aplicadas.
Ausência de um plano nacional de vacinação.
Falta de doses de vacinas, ou por incompetência governamental (e má vontade) em planejar e comprar, ou pelo desmonte de órgãos públicos que poderiam produzir a vacina em território nacional.
Faltam seringas e agulhas.
Como diria Manoel de Barros, em um contexto poético muito melhor e mais bonito, “etc., etc., etc.”.
Retomemos, então, nossa pergunta: É hora de voltarmos às aulas presenciais no Brasil? E, para responder, podemos acrescentar: Como ignorar esta realidade que está posta, batendo a nossa porta, arrombando nossos lares e produzindo tantas mortes que chega a faltar covas?
Um dos argumentos usados para justificar a volta às aulas é o de que bares e shoppings estão abertos. A questão, neste caso, é uma falsa analogia. Estes espaços estão abertos, mas não deveriam. E, se for permitido, apelemos para um clichê da sabedoria popular: “um erro não justifica outro”. O debate, dito isto em outras palavras, não deveria ser, para coadunar com shoppings e bares, a abertura de escola, mas o fechamento de tudo.
Nossas crianças, adolescentes e jovens estão perdendo o ano letivo. Faz sentido, contudo, para recuperá-lo, colocarmos em risco os anos vindouros, deles e delas e de seus familiares? Um estudo do Grupo de especialistas em planejamento da Universidade de Granada aponta que uma sala com 20 discentes, em dois dias, implica 808 contatos cruzados. Ano letivo se recupera, vidas perdidas não (e, reitera-se: por que o óbvio precisa ser dito? Talvez porque, em meio a tantas perdas, mortes e maus exemplos de quem preside o nosso país, perdemos de vista o que efetivamente importa, com quem e com o que devemos nos preocupar)
A realidade observada comprova um genocídio de gente pobre e, preferencialmente, preta, ou seja, aqueles e aquelas que utilizam a educação pública, coincidentemente, a mesma que, sendo sucateada, não tem condições mínimas para implementar barreiras sanitárias e cuidados de prevenção.
Olhemos, então, a realidade que está posta da forma mais brutal possível. Defender a volta às aulas é ser cúmplice deste genocídio. Não temos, então, que pedir que a história futura registre este crime. Temos que lutar para que, hoje, mais vidas não sejam perdidas.