As seções Mato Grosso, Cáceres e Rondonópolis protocolaram na última semana um ofício solicitando providências e esclarecimentos por parte da Reitoria em relação às irregularidades constatadas nas atribuições dos professores que lecionam a disciplina de Sociologia em diversos campi do Instituto Federal de Mato Grosso. 

No ofício protocolado no dia 24 de junho, o sindicato expõe argumentos que relacionam diversos problemas enfrentados pelos professores nos últimos meses, dentre eles a sobrecarga e excesso de atividades e números excessivos de turmas e diários que extrapolam as 40 horas semanais exigidas àqueles que possuem Dedicação Exclusiva. 

Além disso, o documento também traz uma denúncia em relação a exclusão da disciplina de Sociologia de novos cursos que estão sendo criados sob a alegação de falta de profissionais para lecionarem, porém, a instituição insiste em prolongar a morosidade em relação à abertura de concurso público com profissionais da área notificados para remoção desde dezembro de 2020. 

“Não é de hoje que os servidores e servidoras têm lutado por transparência nos processos de remoção. No entanto, teremos uma mudança no cenário após notificação do sindicato e abertura de inquérito pelo Ministério Público. Agora, a Reitoria do IFMT terá que analisar e rever suas práticas”, declarou Leandro Viana, coordenador do SINASEFE Mato Grosso. 

O sucateamento, boicote e o esvaziamento da atuação dos profissionais das áreas e Sociologia e Filosofia estão sendo apontados como uma das consequências da reformulação dos Projetos Políticos Pedagógicos dos Cursos Técnicos Integrados em Agropecuária. Além deste curso em específico, outros estão passando por mudanças onde, gradualmente, as disciplinas que aguçam o pensamento crítico dos estudantes estão sendo retiradas da grade curricular. 

Diante destes e de outros argumentos que foram elencados no ofício enviado à Reitoria, as seções sindicais requerem com urgência a abertura de concurso público para os campi que não possuem professores a disposição para a disciplina e também a finalização do processo de remoção que está engavetado há vários meses e que está prejudicando os estudantes do campus Bela Vista que continuam sem professor de Sociologia, mesmo tendo um profissional disposto a assumir a vaga.