O ato, ocorrido dia 11 de abril, foi uma realização do SINASEFE Seção Mato Grosso, FASUBRA, ANDES, ADUFMAT e SINTUF-MT
Assembleia será realizada na Sala de Projeções do Campus. Acesse aqui o Edital de Convocação na íntegra
Assembleia deliberará sobre Termo de Compromisso do Governo e elegerá Delegados para 189ª PLENA e representante estadual para Comando de Greve Nacional
Servidores e servidoras do IFMT reivindicam a reestruturação das carreiras de docentes e técnicos-administrativos além da correção de perdas inflacionárias, revogação de medidas e recomposição orçamentária do Instituto Federal
Assembleia será realizada em modo Presencial simultaneamente em todos os Campi do IFMT
A "I Semana de Combate ao Assédio Moral", deflagrada pelo SINASEFE/MT entre os dias 30 de setembro e 04 de outubro, foi iniciada com o lançamento da Carta Manifesto que abordou a questão das práticas autoritárias e assediadoras no ambiente de trabalho.
O ponto central da campanha foi a prevenção da ocorrência dos assédios por meio de palestra formativa e educativa e, para abordá-lo, recebemos como convidado o professor dr. Nilson Berenchtein Netto, da Universidade Federal de Uberlândia.
A palestra, intitulada "Saúde Mental e Assédio Moral em Tempos de Crise: Uma abordagem histórico crítica", foi realizada em quatro campi: Várzea Grande, Cuiabá - Campus Octayde Jorge da Silva, Sinop e Primavera do Leste, e já apresenta seus resultados preventivos às situações de assédio, que podem ser verificados pelo alcance das discussões em cada cidade.
O abaixo-assinado com pedido de investigação das denúncias ocorridas no Campus Avançado de Sinop foi representativo, totalizando 215 assinaturas, e contou com adesão em todos os campi do IFMT, inclusive dos servidores lotados na Reitoria. Outro dado significativo foi a adesão de 18 servidores do Campus Sinop, que tem, em seu quadro, 44 servidores, representando, assim, 41% do total de trabalhadores lotados no campus.
De acordo com o coordenador geral do SINASEFE/MT e professor de sociologia do Campus Sorriso, Leandro Viana de Almeida, “ainda existe muito medo em falar sobre as situações de assédio no trabalho dentro do IFMT, sobretudo, dos colegas que se encontram em regime de contrato temporário e em estágio probatório. Há receio também de serem perseguidos os que buscam transferência para ficar mais próximos de seus familiares. Todos esses relatos chegam ao sindicato cotidianamente.”
O professor enfatiza ainda que “em atividade de formação, entendemos que as situações de assédio moral devem ser tratadas, inicialmente, como questão de saúde e por meio do acolhimento da vítima; posteriormente, partimos para ação política e jurídica. Tentativas de mediação e diálogo são necessárias e válidas, mas, caso não funcionem, a assessoria jurídica do sindicato permanecerá à disposição”.
Para Priscila Ferrari, psicóloga do Campus São Vicente e coordenadora de Administração e Finanças do SINASEFE/MT, “não é apenas a vítima de assédio quem sofre, os colegas que estão em volta também podem ser contaminados pelo ambiente de tensão. Instaura-se um clima de medo e temem ser ‘a próxima vítima’ e ainda podem se distanciar da pessoa assediada. O que contribui ainda mais para o sofrimento da vítima. É um processo muito doloroso”, afirma.
Em relação ao aspecto clínico, comenta que "a demora em relação às investigações sobre os casos de assédio, dentro do ambiente institucional, pode provocar e intensificar os danos psíquicos, uma vez que aumenta a angústia e abre um campo para fantasias e ’delírios persecutórios’ (casos mais graves), a vítima pode passa a se sentir culpada e a desconfiar de todos à sua volta." Segundo a psicóloga, são sintomas, surgidos posteriormente, os casos de sofrimento e mudanças de comportamento de algumas pessoas, que passam a se mostrar introspectivas e inseguras diante das atividades que lhes competem, outras podem agir com agressividade, ao ponto de ‘”explodir” a qualquer momento, embora já não estejam no ambiente tensor e próximas do assediador.
É muito importante saber identificar o assédio já no início. Para isso, é fundamental falar sobre o tema, acolher a vítima e os demais colegas.
Oseia Bier, coordenadora geral do SINASEFE/MT e professora de filosofia do Campus Alta Floresta, aponta que fica evidente, nas denúncias de assédio moral que provocaram a campanha, um problema que tem proliferado pelos diversos campi e que se manifesta por meio de práticas antissindicais. Um dos denunciantes, servidor do campus de Sinop, foi, recentemente, eleito como delegado sindical de base. A questão do não-reconhecimento do sindicato como legítimo representante dos servidores, as tentativas de impedir adesão nas mobilizações, os processos administrativos e a perseguição política, verificados já há alguns anos, têm aumentado exponencialmente. Em tempos como esses que estamos vivendo, é imprescindível a organização da categoria para combater a retirada de direitos - combate este que, por sua vez, é também um direito e que tem sido constantemente negado.
O SINASEFE/MT realiza o acolhimento imediato aos servidores que denunciam situações de assédio; numa conversa franca e clara, a coordenadora e psicóloga Priscila ouve e esclarece eventuais dúvidas dos trabalhadores. “Não podemos nos esquecer que estamos numa unidade de ensino onde passam pessoas, seres humanos. O acolhimento de qualidade é para dar garantias ao servidor de que nosso trabalho está sendo desenvolvido com seriedade”, finaliza.
O abaixo-assinado ainda está disponível para apoio dos servidores que se identificam com a defesa da saúde mental e do bem-estar no ambiente de trabalho, e pode ser acessado neste link.