Na manhã desta segunda-feira (15/04), a professora de sociologia e membro da coordenação nacional do SINASEFE, Camila Marques, foi presa numa ação truculenta do Estado no campus Águas Lindas do Instituto Federal de Goiás.
A polícia civil de GO adentrou às dependências da escola e conduzia de maneira coercitiva três estudantes menores de idade para a delegacia. Camila filmava a ação truculenta e foi encaminhada como testemunha até a viatura. No estacionamento, deixa de ser testemunha, é presa, algemada, machucada e sofre uma série de ameaças e intimidações.
A prisão da Professora Camila e de seus estudantes elucida o caráter repressor do Estado sobre aqueles que lutam. Uma vez que os jovens vinham denunciando os casos de feminicídio na cidade e são militantes do movimento negro local. Já a docente, é conhecida pelas lutas sindicais na defesa da condições de vida e de trabalho e militante socialista. É preciso destacar, o tom de perseguição à organização dos trabalhadores e estudantes nas escolas e também ao pensamento histórico e crítico, trazidos com a Reforma do Ensino Médio e com a Lei da Mordaça.
Outro ataque é a militarização das escolas que não se trata somente em torná-la militar, mas também na permissão para o braço armado do Estado adentrar as unidades de ensino e atuar da forma que lhe convém. Essa medida retira a autonomia dos educadores e descaracteriza o espaço escolar. A única forma de combater essa violência contra nossa classe é a organização e luta do conjunto dos trabalhadores.
A classe trabalhadora de Águas Lindas e de todos os locais, tem sofrido cotidianamente ações violentas do Estado. Com o aumento da desigualdade, elevados índices de desempregados e cortes nos serviços públicos como saúde, educação, assistência, esporte e lazer é pra cima dos trabalhadores que a violência acontece com a piora das condições de vida e na intensa repressão. Enquanto isso, empresários e políticos cometem crimes e desfrutam do melhor na completa liberdade às custas miséria da classe que vive do trabalho.
Repudiamos a ação truculenta cometida pelo Estado, que desvela seu caráter fascista, racista, machista e puramente burguês. Sabemos que só a ampliação das nossas lutas nos locais de trabalho, estudo e moradia é capaz de barrar essa onda de terror e de retiradas de direitos que os patrões e os governantes coordenam.
À Camila e aos jovens presos, a nossa solidariedade ativa de classe, para que o absurdo jamais se torne regra.
Firmes na luta!
Assinam essa carta:
ADUFMAT - Associação dos Docentes da UFMT.
SINASEFE/MT - Sindicato dos Servidores Federais da Educação, Básica e Tecnológica de MT.
SINETRAN/MT - Sindicato dos Servidores do Detran-MT.
SINTECT/MT - Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em MT.
INTERSINDICAL/MT - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
Alternativa de Luta – Oposição à atual diretoria do SINTEP.